A cantora Aretha Franklin faleceu na última quinta-feira, 16 de agosto, aos 76 anos de idade, em decorrência de um câncer agressivo no pâncreas. A artista, dona de uma das mais célebres vozes da música negra dos Estados Unidos, começou sua carreira no meio gospel. Filha de um pastor batista, era dona de um talento inconfundível e sempre expressava sua fé em Deus.
A “rainha da soul music” tornou-se conhecida como intérprete de diversas músicas, incluindo clássicos como Think, I Say a Little Prayer e Respect, dentre outras. O dom natural para a música ascendeu a cantora ao sucesso de forma irreversível.
No entanto, ao longo de sua carreira, sempre enfatizou que sua arte era influenciada pela mensagem do Evangelho e sua paixão pela música gospel.
Aretha Franklin deu voz a centenas de canções, com dezenas de sucessos ao longo de mais de 50 anos de carreira, incluindo algumas das músicas que se tornaram verdadeiros hinos para os cristãos norte-americanos, como Amazing Grace, Precious Lord, Take my Hand e Oh, Happy Day!.
“Eu nunca deixei a Igreja. A Igreja vai comigo”, disse Aretha em depoimento a um documentário sobre sua carreira. Com milhões de cópias vendidas, seus discos renderam 18 Grammy’s e um lugar especial na Hall da Fama do Rock’n’Roll.
No auge, encontrou-se com líderes políticos e sociais, e fez amizade até com o pastor Martin Luther King Jr., a quem homenageou em 2011 cantando na inauguração do memorial alusivo ao ícone dos Direitos Humanos nos Estados Unidos.
Luto
A porta-voz da família, Gwendolyn Quinn, relatou que a cantora morreu às 9h50 em sua casa, em Detroit, nos Estados Unidos. No comunicado, os familiares informam que “a causa oficial da morte de Franklin deveu-se ao avanço do câncer de pâncreas do tipo neuroendócrino, confirmado por seu oncologista, Dr. Philip Phillips, do Instituto Karmanos do Câncer, em Detroit”.
“Em um dos momentos mais sombrios de nossas vidas, não podemos encontrar as palavras apropriadas para expressar a dor em nosso coração. Perdemos a matriarca e a rocha da nossa família. O amor que ela nutria por seus filhos, netos, sobrinhas, sobrinhos e primos não conhecia limites”, pontuou o comunicado.
Um grupo de pessoas com maior proximidade chegou a fazer vigília na Igreja Batista Nova Bethel, em Detroit, congregação onde o pai da cantora, Clarence LaVaughn Franklin, foi pastor por mais de 30 anos, em resposta a um pedido de oração feito dias antes de sua morte.
“Ficamos profundamente tocados pela incrível manifestação de amor e apoio que recebemos de amigos íntimos, apoiadores e fãs de todo o mundo. Obrigado por sua compaixão e orações. Nós sentimos o amor de vocês por Aretha e isso nos traz conforto em saber que seu legado continuará vivo. Enquanto choramos, pedimos que vocês respeitem nossa privacidade durante este período difícil”, concluiu o comunicado.
Aretha Franklin lutava contra o câncer desde 2010, e em 2011 chegou a negar que estivesse com problemas de saúde. O tratamento se estendeu nos últimos anos, e ao final de 2017 a cantora se aposentou das turnês, embora ainda tivesse planos de fazer apresentações isoladas em 2018.